A ÁGUIA DA PAZ
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As águias de hoje na guerra,
Com os seus golpes traiçoeiros,
Queimam os pastos da terra…
Morrem de fome os cordeiros.
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Com os seus golpes traiçoeiros,
Queimam os pastos da terra…
Morrem de fome os cordeiros.
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Da guerra os grandes culpados,
Que espalham a dor na terra,
São os menos acusados
Como culpados da guerra.
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Que espalham a dor na terra,
São os menos acusados
Como culpados da guerra.
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O oiro, o cobre e a prata,
Que correm p’lo mundo fora,
Servem sempre de arreata
P’ra levar burros à nora.
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Que correm p’lo mundo fora,
Servem sempre de arreata
P’ra levar burros à nora.
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Que o mundo está mal, dizemos,
E vai de mal a pior;
E, afinal, nada fazemos
P’ra que ele seja melhor.
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E vai de mal a pior;
E, afinal, nada fazemos
P’ra que ele seja melhor.
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Se os homens chegam a ver
Por que razão se consomem,
O homem deixa de ser
O lobo do outro homem.
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Por que razão se consomem,
O homem deixa de ser
O lobo do outro homem.
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Só quando a hipocrisia
Cair do seu pedestal,
Nascerá, dia após dia,
Um sol p’ra todos igual.
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Cair do seu pedestal,
Nascerá, dia após dia,
Um sol p’ra todos igual.
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Talvez paz no mundo houvesse,
Embora tal não pareça
Se o coração não estivesse
Tão distante da cabeça.
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Embora tal não pareça
Se o coração não estivesse
Tão distante da cabeça.
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António Aleixo
(este livro que vos deixo)
(este livro que vos deixo)